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Amando o inimigo?

O esquema de amor-ódio (“Ame o amigo, odeie o inimigo!”) corresponde ao senso de justiça do homem “natural” que ainda não vivenciou a reconciliação com Deus.


Vocês ouviram o que foi dito: ‘Ame o seu próximo e odeie o seu inimigo’. Mas eu digo: Amem os seus inimigos e orem por aqueles que os perseguem.” (Mateus 5.43-44)

Jesus cumpre e vai além da lei do Antigo Testamento. Isso fica claro nas afirmações contrárias (antíteses) entre o Antigo e o Novo Testamentos, feitas no Sermão do Monte. Após as antíteses relativas a assassinato, adultério, divórcio, juramento e vingança, segue-se a sexta e última, relativa ao amor ao inimigo. Ela é o coroamento e cumprimento maior da nova e superior justiça que Jesus trouxe e tornou possível (Mateus 5.20).

As palavras de Jesus valem para todos que o seguem. Quem ainda não o segue é convidado a fazê-lo pelo ouvir das palavras; os que estão de fora não reagem com aceitação ao que ouviram, mas com admiração e espanto (Mateus 7.28). Diante da onipotência de Jesus eles reconhecem sua impotência, e diante das exigências de Jesus se veem sobrecarregados. Em sua vida vale o lema: “Odiarás o teu inimigo”. Na prática, a situação em Israel à época de Jesus era que se dedicava mais amor àquele com quem havia vínculos especiais de fé. O mandamento do amor se encaixava completamente.

Para os de fé diferente, os estranhos ou para o inimigo restaria talvez alguma manifestação de amor. A partir dos Salmos de vingança e passagens semelhantes do Antigo Testamento parecia que se deveria haver ódio, desprezo e buscar a destruição dessas pessoas. Isso acontecia também nas atitudes de muitos escribas e fariseus (ver p. ex. Mateus 23) e no regulamento da comunidade do grupo dos Essênios de Qumran (onde era formulado expressamente): “Eterno ódio contra todos os homens da perdição!” (1 QS 1,10; IX, 2) – isto é, contra todos não-essênios.

Esse esquema de amor-ódio corresponde ao senso de justiça do homem “natural” que ainda não vivenciou a reconciliação com Deus. A reconciliação ocorreu por meio de Jesus Cristo.

Esse esquema de amor-ódio (“Ame o amigo, odeie o inimigo!”) corresponde ao senso de justiça do homem “natural” que ainda não vivenciou a reconciliação com Deus. A reconciliação ocorreu por meio de Jesus Cristo. Desde então vale o mandamento do amor sem reservas para as atitudes de cada cristão em relação a quem pensa e crê diferentemente e a inimigos de qualquer tipo. O ódio mata, o amor convida. O amor também pode se sobrepor ao direito. O que deixa muito claro que esse mandamento tem validade diferenciada de cristãos para não-cristãos é o fato de que Jesus, juntamente com o mandamento do amor, exorta a orarmos pelos perseguidores (não-cristãos!) em Mateus 5.11,44. Assim, também vale para nós: “Nós amamos porque ele nos amou primeiro” (1João 4.19).

Não conseguiremos fazê-lo por nós mesmos, mas o Senhor pode nos conceder forças para tanto. Oremos pedindo por isso!

Lothar Gassmann

 

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