Sofrimento é castigo?
“Quando três amigos de Jó... souberam de todos os males que o haviam atingido, saíram, cada um da sua região... Depois os três se assentaram no chão com ele, durante sete dias e sete noites. Ninguém lhe disse uma palavra, pois viam como era grande o seu sofrimento.” (Jó 2.11-13)
Existe algum sentido para a morte? Há alguma maneira de explicar o sofrimento? Posso antecipar que muito sofrimento permanece inexplicável. Basta lembrar, por exemplo, da morte de centenas de milhares de crianças inocentes nas regiões repletas de guerra e fome no mundo. Se falarmos do sentido do sofrimento, também somos lembrados da falta de sentido em muitas situações. Nós não temos explicação para tudo. Diante de tanto sofrimento que acontece no mundo, e talvez até próximo de nós, precisamos simplesmente ficar calados – assim como fizeram os amigos de Jó no início de seu encontro.
No entanto, não é possível generalizar esse emudecimento. Para alguns constitui uma real ajuda quando se tenta descobrir um sentido – principalmente quando se trata de um sofrimento muito pessoal. Sabedor da limitação de nosso conhecimento humano e com a devida discrição, gostaria, hoje e nos próximos devocionais, tentar mencionar algumas possibilidades de interpretação do sentido do sofrimento.
Uma das explicações mais rápidas que as pessoas podem dar, mas que raramente é adequada, é que o “sofrimento é castigo”.
Uma das explicações mais rápidas que as pessoas podem dar, mas que raramente é adequada, é que o “sofrimento é castigo”. Os amigos de Jó já apresentaram esse argumento. Eles o acusaram de ter cometido muitos pecados e de ter agido erradamente pelo fato de estar sob tão terrível sofrimento (ver Jó 4; 8; 11). Essa explicação pode até estar correta em alguns casos, mas em várias situações é injusta contra a pessoa atingida. É claro que a possibilidade de que o sofrimento possa surgir como consequência do pecado não deve ser contestada. Basta lembrar do caso de privação da liberdade que a pessoa atrai para si por meio de um crime e a consequente pena de prisão a cumprir. Ou, ainda, de que doenças sexuais são transmitidas por meio de relacionamentos extraconjugais. Nesse caso vale, num sentido prático e consequente: “Pois o salário do pecado é a morte...” (Romanos 6.23), ou a enfermidade como seu estágio anterior. Nas próximas semanas veremos outras possibilidades de explicação. Oremos:
Senhor, tu conheces o meu sofrimento. Sabes também de sua causa. Purifica e santifica-me por meio do teu precioso sangue, lava-me com hissopo e refresca-me com o teu Santo Espírito. Amém.
Lothar Gassmann
Realizamos a obra com poucos recursos e precisamos do seu apoio para mantê-lo e expandi-lo. Ajude-nos a alcançar mais pessoas com a Palavra de Deus!
Faça uma doação para o Ministério Chamada