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Liberdade em Cristo?

“Já que vocês morreram com Cristo para os princípios elementares deste mundo, por que, como se ainda pertencessem a ele, vocês se submetem a regras...?” (Colossenses 2.20)


Deveríamos esperar que cada cristão se alegrasse com a liberdade em Cristo e que colocasse sua confiança unicamente nele. Infelizmente, porém, não é assim! Eu mesmo já me surpreendi ao não confiar unicamente em Cristo – havia outras coisas que eu considerava tão importantes ou mais. Assim, por exemplo, no início da minha vida de fé eu até pensava: “Não deve fazer mal algum se eu consultar o horóscopo no jornal”. Ou: “Eu farei muitas boas ações para conseguir ir ao céu”. Ou: “Eu vou evitar álcool e cigarro para me tornar uma pessoa melhor que as outras”.

Talvez você já teve experiências semelhantes. Talvez alguém de sua igreja lhe disse: “Você não deve comer carne de porco, sob pena de não ser salvo”. Ou: “Se em você não for possível enxergar humildade, você não é cristão!”.

Entre os colossenses também surgiram mestres que davam ordens aos membros da igreja: “‘Não manuseie!’, ‘Não prove!’, ‘Não toque!’” (verso 21). Eles pretendiam, com sua própria piedade, humildade e domínio corporal, ser observados por todos. Queriam que os outros pensassem: “Oh, esses homens são piedosos! Eu deveria ser como um deles!”. Contra isso o apóstolo Paulo se manifestou com força: tudo isso não vale nada, isso escorre por entre os dedos, não tem valor aos olhos de Deus; trata-se de doutrinas e mandamentos humanos e não divinos; são expressões que aparentam uma autojustificação piedosa, mas que não salvam ninguém (leia Colossenses 2.21-23).

Não podemos fazer nada por Deus, pois ele fez tudo por nós.

Se de fato estivermos (espiritualmente) mortos com Cristo, então não precisamos mais (primeiramente) observar mandamentos e doutrinas do mundo, mas olhar decisivamente para a vontade de Deus. Deus indica a direção a seguir. Isso significa que não podemos nem devemos confiar em nossas boas ações. O escritor alemão Johann Wolfgang von Goethe não tem razão quando, ao final da obra Fausto, pôs o coro de anjos a cantar: “Aquele que se esforça sempre aspirando a um ideal, podemos salvar”. Pelo contrário: Deus observa os pequenos, os verdadeiramente humildes.

Salmos 51.17 diz: “Os sacrifícios que agradam a Deus são um espírito quebrantado; um coração quebrantado e contrito, ó Deus, não desprezarás”. Não podemos fazer nada por Deus, pois ele fez tudo por nós, isto é, a salvação para aquele que reconhece: “Eu não consigo fazer nada, mas tu podes tudo. Senhor, tem compaixão de mim!”.

Lothar Gassmann

 

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