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Ainda é preciso se curvar?

Por que permitimos, com tanta frequência, ser atraídos às armadilhas do Diabo? Por que damos tanto crédito à carne pecaminosa?


Pois todo o que se exalta será humilhado, e o
que se humilha será exaltado”. (Lucas 14.11).

Deus... concede graça aos humildes” (Tiago 4.6).

... a humildade antecede a honra” (Provérbios 15.33).

Ah, sim, antigamente! Lembro-me muito bem que, quando era garoto, ao cumprimentar as pessoas, precisava sempre fazer uma “reverência”, curvar-me. E quando isso não era feito devidamente, eu sentia a suave mão de minha mãe em minha nuca. “Faça uma reverência!”, ela sussurrava. Hoje não se faz mais assim. É questão de autoconfiança. As reverências tornaram-se desatualizadas. Será possível que também os cristãos desaprenderam a “reverenciar”, a curvar-se diante de Deus? Muitas vezes ficamos inflados. Insistimos nos nossos direitos. Lustramos nossa face piedosa. Torcemos para que ninguém nos descubra.

A propósito: quem gostaria de ser examinado à luz da santidade divina? Quem estaria disposto a reconhecer o seu verdadeiro ser? Quem admitiria facilmente que o orgulho, a honra e o ciúme lhe causam muitos problemas?

As reações o comprovam: ficar carrancudo. Brincar de ficar “bicudo”. Silêncio amuado. As portas são batidas com raiva. Ouve-se gritos e fica-se bufando como fazem os gatos. De jeito nenhum deve-se admitir um erro cometido! Sim, o “ego” estufado apresenta muitas facetas brilhantes. É um verdadeiro especialista em camuflagem.

Como nossas igrejas, casamentos e famílias seriam diferentes se nos tratássemos com humildade, consideração e atenção amorosa! Se tivéssemos a força interior de dar uma considerável bordoada na carne e documentar: “... já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim” (Gálatas 2.20). Acontece que na Bíblia consta que Deus somente concede graça aos humildes. Que a humilhação gera exaltação e que o reconhecimento da própria fraqueza gera a força.

Como é bom saber que não precisamos ficar estancados em nossas falhas.

Como é bom saber que não precisamos ficar estancados em nossas falhas. Isso seria desesperador. Que bom que temos a possibilidade de viver na vitória de Cristo! As garantias divinas nos foram concedidas para nos incentivar. Temos exemplos para serem imitados. Nosso coração recebeu promessas de Deus: exaltação, graça e honra são prometidos aos que seguem de boa vontade o seu Salvador, de quem é dito: “Mas esvaziou-se a si mesmo, vindo a ser servo... Por isso Deus o exaltou à mais alta posição e lhe deu o nome que está acima de todo nome” (Filipenses 2.7,9).

Por que permitimos, com tanta frequência, ser atraídos às armadilhas do Diabo? Por que damos tanto crédito à carne pecaminosa? Por que somos tão tolos e somos enganados tantas vezes pelos truques do inimigo? Temos tanta dificuldade em manter morto o nosso velho ser?

Poderíamos seguir em nosso caminho de maneira muito mais descontraída e alegre se assumíssemos o caráter de cordeiro do nosso Salvador crucificado. A “via superior” do orgulho e do coração vaidoso está pavimentada com muita aflição e sofrimento. É um verdadeiro caminho de dores, que desgasta o coração e os nervos. No entanto, na “via inferior” da humildade, na qual o próprio Senhor Jesus nos precedeu, não há fluxo contrário. Nela são encontrados aqueles que estão caminhando tranquilos e esperançosos em direção à eterna pátria. É o caminho da liberdade em Cristo. Por que nos afligimos desnecessariamente com coisas que não podemos mudar? Quando estaremos finalmente livres do eterno sofrimento de “acumular problemas”? Poderíamos tranquilamente entregar o volante do carro de nossa vida ao nosso Salvador.

Talvez você conheça a história daquela mulher que caminhava à beira da estrada carregando nas costas uma mochila pesada, repleta de batatas. Um senhor, que passava com a sua carroça, parou e a convidou gentilmente para embarcar. Agradecida, ela subiu e sentou-se ao lado do agricultor. No entanto, durante o trajeto, várias vezes ela gemia pelo desconforto causado pelas alças da mochila em seus ombros. O agricultor voltou-se para ela, sorrindo, e sugeriu: “Querida senhora, por favor, tire a mochila das suas costas, pois o cavalo de qualquer maneira está levando toda a carga”. – “Não”, respondeu ela, “estou muito feliz que o senhor está me dando essa carona e eu não quero atribuir mais o peso da mochila pesada para o cavalo carregar”.

Os filhos de Deus, estando ao lado de seu Pai celestial, não estão supridos para sempre?

E você? Pare de gemer! Entregue a mochila das suas preocupações, senão você, com essa sua atitude, estará ofendendo o Senhor Jesus, pois ele de qualquer maneira carrega todos os seus fardos e preocupações. Os filhos de Deus, estando ao lado de seu Pai celestial, não estão supridos para sempre? Então, não é um privilégio nosso estarmos agradecidos e tranquilos, podendo usufruir a viagem para o lar na companhia dele? Quem reconhece isso logo compreende que um coração humilde e reverente diante de Deus é o segredo para uma vida feliz. E é justamente essa a resposta correta para um mundo enganoso, sem paz e destruído. Um testemunho com credibilidade é a melhor recomendação para seguir com fé ao nosso Senhor Jesus.

Experimente você também! Você vivenciará que as promessas de Deus são verdadeiras. A mochila com as “batatas da preocupação” espera ser colocada no seu devido lugar: nas poderosas mãos de seu Pai celestial.

Tenha uma alegre e abençoada viagem! — Manfred Paul

 

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